domingo, 21 de setembro de 2025

O círculo vicioso do Avaí fora de campo, by Jean Anderson da Rosa

Com o empate de ontem, a torcida azurra já iniciou a contagem regressiva para os famosos 45 pontos, a meta mínima para escapar do rebaixamento. Virou rotina. Em vez de sonhar grande, o torcedor do Avaí se vê nos últimos 4 anos fazendo conta para sobreviver. Estatisticamente a chance de acesso 1 a cada 5 clubes, ou seja 20%. Mas não é a matemática que define o destino do clube é a gestão. E é justamente aí que o Avaí segue tropeçando.

 

Gestão eficiente, controle de gastos, responsabilidade sobre o próprio dinheiro e planejamento de longo prazo. Esses são os pilares que poderiam colocar o Avaí em outro patamar e foram prometidos pela atual gestão. Mas, no lugar disso, vemos apostas arriscadas, decisões sem convicção e a repetição de erros que nos condenam ao mesmo círculo vicioso.

 

O torcedor já se acostumou: comemora acessos e, logo depois, sofre para não cair. A atual diretoria vendeu o discurso de que faria diferente, de que traria organização e reestruturação. Mas reestruturação não se faz com promessas vazias. Ela exige firmeza, convicção e coragem para enfrentar derrotas, atravessar títulos perdidos e aproveitar oportunidades. Tivemos a chance de nos impor sobre um rival fragilizado, mas sequer soubemos aproveitar.

 

Na prática, o que sobrou foi um clube mergulhado em incertezas. Todo mês a mesma angústia: salários atrasados, notícias desencontradas sobre pagamentos e a sombra da recuperação judicial, que, se falhar, pode ser um desastre para o Avaí. Essa instabilidade fora de campo se refletiu dentro dele. A montagem do elenco foi desastrosa, sem peças de reposição e com escolhas equivocadas que custaram caro. O afastamento do Manga nesta semana é apenas o símbolo de uma temporada marcada pela falta de convicção.

 

Agora, com as eleições batendo à porta, voltam as promessas de “sanar o clube” e “elevar o Avaí a outro patamar”. Mas o torcedor precisa estar atento. O risco é sermos enganados mais uma vez por discursos bonitos, que na prática abrem espaço para que nossos presidentes tragam forasteiros que desaparecem na primeira oportunidade $$$, sem assumir responsabilidade pelas escolhas erradas deixadas para clube pagar.

 

O Avaí precisa de dirigentes que conheçam a fundo o tamanho do problema, que tenham coragem de manter o time na Série B se for necessário, mas com estabilidade e planejamento. O que não dá mais é para viver de notícia de que “parte dos salários foi paga” antes de cada jogo, nem deixar torcedor na dúvida se os atrasos salariais foram responsáveis pelas derrotas. O torcedor cansou desse círculo vicioso.

 

* Jean Anderson da Rosa é associado do Avaí FC, ex-presidente da Torcida Leões do Vale, de Santo Amaro da Imperatriz

 

2 Comentários:

Raniere disse...

É isso mesmo que acontece.
Eu só não acredito em incompetência.

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