TAREFA PARA POUCOS, by RC

Em um jogo atípico Chapecoense e Avaí jogaram ontem em Chapecó, pela vigésima oitava rodada do Campeonato Brasileiro da Série B, edição 2025. Por que atípico? Porque tratando-se de certa forma de um clássico, não repetiu as características de tensão, calor, bravura, nervosismo e agressividade, que sempre marcaram, ao longo do tempo, os jogos.

 

O próprio torcedor do Oeste, talvez pela série de maus resultados que o time vem colhendo, esteve frio, comportado, irreconhecível. E dentro das quatro linhas os chutes visaram mais a bola que as canelas dos adversários. Assim, eis que, ao fim do jogo, saímos todos nós, Avaianos, brindados e confortados.

 

Pelo lado do Avaí, achei que fez um bom jogo. Bem posicionado o time, fazendo a bola rolar e ocupando corretamente os espaços, com isso neutralizando bem as investidas do ataque adversário. Marquinhos, colhe os louros da vitória.

 

Finalmente, em contra-ataque, o gol de Cleber. Após cobrança de escanteio pela Chape, a bola foi ter com Emerson Ramon. Em tabela com Cleber eles venceram a desguarnecida defesa adversária para fazer o gol, de forma carinhosa, mas com toque cínico, como cabe fazer diante da Chape. Cleber fez a branca deslizar muito carinhosamente para o fundo da meta. A câmera não registra o detalhe mínimo, mas devia estar lá, no rosto de Cleber, o riso cruel e muito bem aplicado contra um adversário sempre especial de vencer.

 

Os Atletas foram briosos e o torcedor aplaude e agradece. Vencer a Chape em seu reduto, com salários atrasados, é tarefa para poucos. 

* Roberto Costa é associado do Avaí FC