O GOSTINHO DA VITÓRIA, by RC

O Avaí venceu o Hercílio Luz, em Tubarão, ontem à noite, por 3 a 0, num jogo onde o DNA do Leão ainda não se fez presente. Ah, mas venceu, dirão alguns. É claro, não se pode negar que venceu. Mas vejamos. Primeiro gol resultou de ato de "bondade" do goleiro adversário, que espalmou sob medida a bola para os pés do Hygor, que só teve o trabalho de ajeitar e enviar para as redes.

 

Passados os abraços, os sorrisos da comemoração, a velocidade e o ritmo seguiram na mesma lenga-lenga de todos os jogos anteriores. O Avaí pouco cresceu com a sequência dos jogos, cada um que recebe a bola baixa a cabeça, não se vê jogadas coletivas, envolventes, ensaiadas. O Primeiro gol resultou de um passe do goleiro adversário, a apenas seis minutos de jogo. Só faltou o goleiro dizer: "Toma, domina e faz."

 

Foi visível que o Hercílio conseguiu chegar com perigo à área do Avaí, mesmo com um atleta a menos. O Avaí não se empolgou com a vantagem de um homem em campo, não parece ter aproveitado estrategicamente esta vantagem para ampliar o marcador e garantir os três pontos. Correu o risco de sofrer o empate por algum lance fortuito, coisa tão comum no futebol. 

 

Basta considerarmos os momentos do segundo e terceiro gols, um a 39 e outro a 42 para vermos que saíram quando o adversário, com um a menos em campo, estava batido, fisicamente arriado.

 

Tivesse o Hercílio chegado a empatar em 1 a 1 cresceriam seus jogadores em ânimo, poderiam até garantir esse marcador. 

 

O terceiro gol foi o mais bonito dos três, resultado de um lançamento consciente, perfeito e um toque sutil para encobrir o goleiro.

 

Claro, ficamos com o gostinho da vitória, com os 3 pontos, que sempre falam bem alto, mas não vemos ainda o Avaí, cujo cheiro, a garra e a emoção, conhecemos tão bem. 

 

* Roberto Costa é associado do Avaí FC