PÉROLAS DO PRESIDENTE DIONÍSIO - I, by Rui Guimarães
A minha vida esportiva em Santa catarina começou no Avaí Futebol Clube, em 1987. Tinha sido neste mesmo ano campeão mineiro pelo Cruzeiro Esporte Clube como treinador. Tive um desentendimento com o presidente do Clube em algumas questões referentes a reforços e minha renovação de contrato. Como sempre, fui contundente nas minhas convicções. Acabei me afastando do Clube e a repercussão foi bastante divulgada em programas esportivos em nível nacional. Diante disso, o presidente do conselho deliberativo do "Leão", José Matusalém Comelli, sugeriu ao diretor de futebol , Milioli Neto, minha contratação.
Sete anos mais tarde, recebo um telefonema do então presidente do Avaí: Nilton Dionísio. Voltei em 1995, e para minha satisfação, reencontrei alguns amigos que tinham vivenciado comigo no clube aquela passagem de 88, como João Carlos Dias, Duca, Pereirinha, Ademir, Nilsão, Ceará, e Marcelo Pantera. Fomos campeões da Copa Santa Catarina e melhor que o título, o que mais me marcou foi a convivência diária com o nosso personagem, o presidente Nilson Dionísio.
Livrança financeira
Para burro ele não servia. Mas o que dava "sem bola" nos calcanhares de Rui Barbosa, no momento de proferir as palavras , era sem noção, como dizem em Minas. Vamos a algumas pérolas. Começaremos pelo seu carro chefe: "diziria". Fomos a Camboriú jogar na inauguração do estádio contra o Joinville. Na ocasião, lançamos alguns jovens e ganhamos o jogo. Entrevistado, Dionísio não titubeou:
- Quem "diziria" que ganharíamos o jogo?
Alguns Coreanos estavam no evento observando Jacaré, que fez dois gols. Depois da partida, jantávamos eu, o presidente da Federação Catarinense de Futebol, Dr. Delfim de Pádua Peixoto, seu procurador jurídico, Dr. Rodrigo Capella, o Maceió, o Pantera, João Carlos Dias e os árbitros Clésio Moreira (o Margarida) e Cledi Meire. O presidente Dionísio entra no recinto ofegante e chamando a atenção de todos e, em alto e bom som, dirige-se ao João:
- Joãozinho, eu acho que os coreanos do Japão gostaram do Jacaré. Se der certo , vai ser nossa livrança financeira.
De outra feita, voltávamos de um jogo em Tubarão, quando paramos em um restaurante. Enquanto todos jantavam, eu apenas beliscava uns tira-gostos. Como ele não perdia a oportunidade , disse:
- Já vi que o Rui tem tato para comer. Ele só pega as gulosemas.
Vocabulário Decimal
Fomos jogar em Caxias do Sul, pela série C, contra o Caxias, no estádio Centenário. Chegamos um dia antes e, como de praxe, fomos para o hotel. No dia seguinte , jogaríamos à noite. Estávamos no
almoço: eu, João Carlos Dias, e o narrador da Rádio Guarujá, Valmir Matos. De repente vem Dionísio , recém chegado de carro de Florianópolis, e cumprimenta a todos pelo nome. Dirige-se ao Valmir e lascou:
- Como vai Vilmar?
Valmir de pronto respondeu:
- Vilmar não Dionísio, é Valmir!
Sem pestanejar, veio o contra-ataque:
- Olha, o que me confunde é esse "V".
O jogo estava marcado para às 21 horas, jogamos o primeiro tempo e no intervalo baixou uma serração que impossibilitou completamente o término da partida. Depois de muito disse-me-disse, os dois presidentes chegaram a um acordo para que a segunda etapa fosse realizada na tarde do dia seguinte. Depois de resolvido o impasse, Dionísio reuniu a imprensa e divulgou a resolução ainda sob a neblina:
- Resolvemos de comum acordo o recomeço do jogo. Hoje jogamos três terços e se Deus quiser, amanhã jogaremos o último terço.
Fonte: Santa Bola - Crônicas e contos do futebol / Rui Guimarães - Florianópolis : [ S.n.], 2011. (Florianópolis : Imprensa Universitária da UFSC), p. 69-71
Para adquirir o livro Santa Bola - Crônicas e contos do futebol, entre em contato direto com o autor Rui Guimarães: (48) 99673.3331
Sete anos mais tarde, recebo um telefonema do então presidente do Avaí: Nilton Dionísio. Voltei em 1995, e para minha satisfação, reencontrei alguns amigos que tinham vivenciado comigo no clube aquela passagem de 88, como João Carlos Dias, Duca, Pereirinha, Ademir, Nilsão, Ceará, e Marcelo Pantera. Fomos campeões da Copa Santa Catarina e melhor que o título, o que mais me marcou foi a convivência diária com o nosso personagem, o presidente Nilson Dionísio.
Livrança financeira
Para burro ele não servia. Mas o que dava "sem bola" nos calcanhares de Rui Barbosa, no momento de proferir as palavras , era sem noção, como dizem em Minas. Vamos a algumas pérolas. Começaremos pelo seu carro chefe: "diziria". Fomos a Camboriú jogar na inauguração do estádio contra o Joinville. Na ocasião, lançamos alguns jovens e ganhamos o jogo. Entrevistado, Dionísio não titubeou:
- Quem "diziria" que ganharíamos o jogo?
Alguns Coreanos estavam no evento observando Jacaré, que fez dois gols. Depois da partida, jantávamos eu, o presidente da Federação Catarinense de Futebol, Dr. Delfim de Pádua Peixoto, seu procurador jurídico, Dr. Rodrigo Capella, o Maceió, o Pantera, João Carlos Dias e os árbitros Clésio Moreira (o Margarida) e Cledi Meire. O presidente Dionísio entra no recinto ofegante e chamando a atenção de todos e, em alto e bom som, dirige-se ao João:
- Joãozinho, eu acho que os coreanos do Japão gostaram do Jacaré. Se der certo , vai ser nossa livrança financeira.
De outra feita, voltávamos de um jogo em Tubarão, quando paramos em um restaurante. Enquanto todos jantavam, eu apenas beliscava uns tira-gostos. Como ele não perdia a oportunidade , disse:
- Já vi que o Rui tem tato para comer. Ele só pega as gulosemas.
Vocabulário Decimal
Fomos jogar em Caxias do Sul, pela série C, contra o Caxias, no estádio Centenário. Chegamos um dia antes e, como de praxe, fomos para o hotel. No dia seguinte , jogaríamos à noite. Estávamos no
almoço: eu, João Carlos Dias, e o narrador da Rádio Guarujá, Valmir Matos. De repente vem Dionísio , recém chegado de carro de Florianópolis, e cumprimenta a todos pelo nome. Dirige-se ao Valmir e lascou:
- Como vai Vilmar?
Valmir de pronto respondeu:
- Vilmar não Dionísio, é Valmir!
Sem pestanejar, veio o contra-ataque:
- Olha, o que me confunde é esse "V".
O jogo estava marcado para às 21 horas, jogamos o primeiro tempo e no intervalo baixou uma serração que impossibilitou completamente o término da partida. Depois de muito disse-me-disse, os dois presidentes chegaram a um acordo para que a segunda etapa fosse realizada na tarde do dia seguinte. Depois de resolvido o impasse, Dionísio reuniu a imprensa e divulgou a resolução ainda sob a neblina:
- Resolvemos de comum acordo o recomeço do jogo. Hoje jogamos três terços e se Deus quiser, amanhã jogaremos o último terço.
Fonte: Santa Bola - Crônicas e contos do futebol / Rui Guimarães - Florianópolis : [ S.n.], 2011. (Florianópolis : Imprensa Universitária da UFSC), p. 69-71
Para adquirir o livro Santa Bola - Crônicas e contos do futebol, entre em contato direto com o autor Rui Guimarães: (48) 99673.3331
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