segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O esclarecimento de Flávio Ricardo Félix

André,

Li ontem, como ultimanente faço sempre, teu blog e os demais da blogsfera avaiana e me deparei com uma menção ao meu nome. É verdade, sim, que a alteração do mandato do presidente do clube foi feita (pelo Conselho Deliberativo) no período da minha gestão (como presidente executivo) e tal fato merece algumas considerações para que todos tenham a noção do que ocorria na época.

Vivíamos naqueles tempos, a época do encantador geral, o PPP. A mídia, toda cidade, os torcedores até de nosso clube,  estava verdadeiramente enfeitiçados pela administração "doladelá". Era a profissionalização, o supra-sumo da modernidade. Em resumo, para todos, até para muitos de nossos torcedores,  o Real Madrid e seus galáticos estavam se mudando para a Coloninha. A pressão era terrível. De um lado, nós economizando, correndo atrás, fazendo "das tripas coração" para poder acompanhar as "engenharias financeiras" letradas "doladelá". De outra banda, em razão do novo "Estatuto do Torcedor",  a torcida, a crônica esportiva e demais segmentos da sociedade, sempre tendo como parâmetro a Figueira Participações, então exemplo maior de profissionalização do futebol no mundo, nos empurrando para mudanças estruturais na administração. 

Como tínhamos um precedente de sucesso anterior a isso tudo, com a criação da marca "Avay Sport Line", pensamos na ideia de criar uma empresa para dar ares de modernidade ao clube, atendendo aos anseios de todos, com raras exceções e com base em algo semi-empresarial já testado com absoluto acerto. De minha parte, como sempre, a vontade era encerrar, como encerrou, o mandato e voltar para minhas atividades profissionais, já que a presidência me tomava praticamente todo tempo, causando sérios problemas de ordem financeiras.  Futebol é assim, ou se fica rico ou se fica pobre. Isso generalizando. 

Com a data final do mandato se aproximando e como nenhum candidato se apresentava, tocamos a ideia de profissionalizar o clube. De primeira, respeitando o Conselho, foi passado a  um grupo de conselheiros a ideia de formatar a ideia de criar uma empresa e para administrá-la um presidente com mandato de 2 anos era insignificante, ainda mais que "doladelá", a parceria com a Figueira Participações, do PPP, segundo notícias previa a administração do clube pelo período de 20 anos. 

O Conselho se reuniu,  aprovou a possibilidade da  criação da empresa e mudança do mandato do presidente. Sem a minha presença na reunião, pois não pretendia influenciar a decisão de forma alguma. Poucos dias após, surge a candidatura de atual presidente, empresário bem sucedido, conceituado, enfim tudo que eu e nossos torcedores almejávamos à época para enfrentar o poderio financeiro do adversário e dar ares de profissionalização ao clube. Apoio de todos, inclusive meu e foi eleito por unanimidade. Da criação da empresa ou a reversão da decisão dos 04 anos, não se tem notícias. 

Por outro lado, para finalizar,  mesmo assim entendo que 02 anos tão somente de um mandato é muito pouco para alguém excercer seus projetos. Se contarmo, por exemplo, que o próximo presidente assumira um clube combalido, este seria praticamente o tempo somente para administrar ai sim, a herança maldita que a atual administração deixará. Sem ser intransigente com a ideia, entendo que o ideal é 04 anos, com mais 04 para reeleição, desde que o estatuto mude para que as eleições sejam feitas pelos sócios e não mais pelo conselho, que em geral, infelizmente, são maleáveis com a administração. Isto deve mudar quando a oposição tiver espaço fixo dentro do conselho.

No mais, agradeço o espaço e me coloco a disposição, sempre. Como tenho consicência  de que meus erros e acertos, minha idéias aceitas ou contestadas sempre visam e visaram o melhor para o clube. não tenho a menor dificuldade de esclarecer o que for possível.

Um abraço 

Flávio Félix
Ex  - Presidente.

6 Comentários:

JAISON EDUARDO disse...

Concordo plenamente,4 anos e uma reeleição seria o certo,e poder de votação para os sócios.

encontrequasetudoaqui.blogspot.com disse...

Concordo com o Sr. Flávio. Tem que ser similar ha escolha de um presidente da República, 4 anos podendo prorrogar por mais um mandato, e os seus eleitores são o povo, aqueles que por pagarem suas mensalidades de sócios, estão interessados, somente no bem do clube, não na mão de conselheiros que primeiro olham pra sí e para seu parceiro, e depois o clube.

Anônimo disse...

Concordo: 4 anos como mandato, senao não ha tempo habil para tocar os projetos.

Com a possibilidade de 1 re-eleição de mais 4, caso a gestão va bem, mas com eleições abertas a TODOS os sócios adimplentes nos ultimos 6 meses, para evitar "sócio pago" que só entra pra votar.

Silvio;

Eu também vou falar disse...

Chamou-me a atenção os seguintes itens:

- "Vivíamos naqueles tempos, a época do encantador geral, o PPP. A mídia, toda cidade, os torcedores até de nosso clube, estava verdadeiramente enfeitiçados pela administração "doladelá"."

Mas o FF não era o presidente sem defeito, com faixa no peito? Como a torcida fazia isso com ele? Pensei que esta onda apenas havia começado após o início da era ZZ. Muito esclarecedor.

- "Com a data final do mandato se aproximando e como nenhum candidato se apresentava, tocamos a ideia de profissionalizar o clube. De primeira, respeitando o Conselho, foi passado a um grupo de conselheiros a ideia de formatar a ideia de criar uma empresa.

Mudança de estatuto às vésperas da eleição. Apenas uma grupo de conselheiros e não todo o conselho recebeu a proposta. Não teve debate com a torcida? E os protestos, a turma do contra não fez nada na época. Interessante.

- "Sem a minha presença na reunião, pois não pretendia influenciar a decisão de forma alguma."
Até parece que só é possível influenciar uma decisão do conselho com a presença na reunião.

Para encerrar: não conheço nem FF e nem ZZ. Gostei dos dois como presidentes, mas acho uma grande sacanagem que os odiadores do ZZ queiram passar a ideia que nos tempos do FF eram só conquistas e transparência.

Os dois têm virtudes e defeitos, mas querer mostrar só as virtudes de um e os defeitos do outro é covardia e não ajuda em nada no debate sobre o futuro do Avaí.

Paulinho

Anônimo disse...

Paulinho,
Tirando os erros de concordância, dos quais peço escusas, creio que o restante esta claro.
A torcida do Avai em momento algum foi contrária a nossa administração, mas na época todos no país clamavam por mudanças, evolução na administração. Bahia se tranformou em S.A, Corinthians com MSI e por ai vai.Felizmente a administração do futebol evoluiu, salvo a força dos empresários que crece com a benevolência suspeita de muitos dirigentes.
Presidente, vitorioso ou perdedor, como todo mortal tem defeitos sim. Bobagem a frase.
Foi passado a um grupo de conselheiros, a iniciativa de montar uma proposta e PASSAR AO CONSELHO, TODO QUE EM REUNIÃO, com pauta específica, aprovou a mudança. Portanto, vc não entendeu nada. A turma do contra votou contra, normalmente e ninguém ficou marcando quem votou contra como agora ficam. Normal, da democracia.
O importante e que tão logo surgiu um grande nome, nos afastamos e entregamos o clube. Não nos prendemos nas tetas, como muitos.

No mais, defeitos tenho e muitos, conquistas também, mas transparencia nos atos a frente do clube, podes acreditar, nunca faltou, sou defensor imbatível. Lamento por hoje esse diferencial ser tão grande, queiras ou não.
Flavio

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